Afinal, qual é o estoque dos EUA?

Por Gustavo Paiva

Há mais de dois anos, a National Green Coffee Association (Associação Nacional de Café Bruto dos Estados Unidos) eliminou uma ferramenta indispensável de informação para a cadeia produtiva. 

Desde então, as estimativas de estoques norte-americanos mais confiáveis têm sido publicadas gratuitamente apenas pelo Departamento de Agricultura do país (a USDA) e mediante pagamento pela Associação Nacional de Café (NCA). Temos, também, as estatísticas da Intercontinental Exchange (ICE), que se referem apenas aos cafés registrados em armazéns certificados nos Estados Unidos e na Europa.

Em agosto, com o início das tarifas impostas pelo governo norte-americano ao Brasil e a outros países produtores, muito se especulou sobre a quantidade disponível de café para consumo imediato nos Estados Unidos, com algumas estimativas apontando para 60 dias de consumo. 

Apesar do fim das tarifas, algumas perguntas ainda estão sem respostas: até quando os estoques atuais aguentam? A quem interessa a falta de informação sobre os estoques no maior mercado consumidor de café do mundo? E quais seriam as instituições com credibilidade suficiente para opinar sobre o tema?

Se a pergunta principal desta coluna, relativa à quantidade e ao prazo de alcance dos atuais estoques nos EUA parece ser inalcançável para a maioria das pessoas, nos resta a pergunta seguinte: a quem interessa o segredo? As instituições norte-americanas têm o direito de proteger os interesses da própria indústria, mas elas devem ser levadas a sério como fornecedoras de dados globais? Qual seria, portanto, a credibilidade de organizações que, agindo em conflito de interesse, se colocam como fornecedoras de estatísticas confiáveis?

Frequentemente, o desencontro de dados entre a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística  (IBGE) é apontado como prova da incapacidade de as instituições brasileiras fornecerem ao mundo dados da produção nacional. Além, é claro, de frequentes acusações de conflito de interesses em relação à própria indústria nacional. 

Interessante lembrar que estas acusações são frequentemente feitas por atores que buscam questionar o profissionalismo e a metodologia das organizações brasileiras. Além de suporem, ainda, um conflito de interesses das nossas instituições, que teriam a intenção de pressionar os preços para cima e beneficiar os  produtores nacionais.

O que vemos, portanto, é o tradicional cabo de guerra de informações com acusações, possíveis erros metodológicos e a suposta falta de credibilidade de organizações nacionais em fornecerem dados concretos de produção. Cabe a reflexão: as acusações feitas às nossas instituições não poderiam ser igualmente aplicadas a instituições similares em países consumidores? 

A liberdade de informação, de comércio e de opinião é um dos pilares da sociedade norte-americana, e existe desde a independência do país (em 1776). Porém, não há liberdade que resista à tentação do protecionismo, cabendo aos agentes de mercado nos países produtores atenção à hipocrisia e à demagogia daqueles que não têm, e nunca tiveram, interesse na prosperidade da cadeia como um todo. 

TEXTO Gustavo Paiva

Barista

Museu do Café abre exposição sobre percurso do café à xícara nesta sexta (12)

Embora a qualidade do café seja difícil de definir, é possível percorrer o caminho que transforma a planta em bebida e compreender como cada etapa influencia o que chega à xícara. Essa é a ideia da exposição “Café à Prova” do Museu do Café (rua XV de Novembro, 95 – Centro Histórico – Santos), que começa sexta  (12) no primeiro andar do edifício.

Correalizada pelo Cafés do Brasil, com apoio da BSCA (Associação Brasileira de Cafés Especiais) e patrocínio da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé) e da Ocramar Comércio e Exportação de Café, a mostra temporária promove uma imersão na temática com recursos visuais e interativos.  

A exposição aborda os diversos fatores que impactam a experiência de consumo, da variedade escolhida ao modo de preparo, com destaque para a prova de café. Um dos espaços centrais é a sala de prova, dedicada à experiência sensorial, onde haverá sessões de degustação e demonstrações do procedimento de prova. O objetivo é que os visitantes explorem diferentes métodos de preparo e variedades de grãos, refletindo sobre a qualidade da bebida a partir de suas próprias memórias, percepções e sensações.

“Temos a missão de preservar a história do café, mas também de atualizar essa narrativa, acompanhando as transformações do setor e a evolução dos hábitos do consumidor”, comenta Alessandra Almeida, diretora-executiva do Museu do Café. “Café à Prova vem justamente para ampliar o entendimento dos visitantes sobre as qualidades do café e como todo o percurso do grão à xícara impacta a experiência final de consumo”, aponta.

A mostra fica até agosto de 2026. O Museu do Café funciona de terça a sábado, das 9h às 18h, e aos domingos, das 10h às 18h. A entrada custa R$ 16, sendo gratuita aos sábados.

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

Barista

Origami Cup acontece no sábado (13) na Casa Osten, em São Paulo

A segunda edição da Origami Cup acontece neste sábado (13) na Casa Osten, no bairro paulistano de Pinheiros. A ideia da competição é divulgar o uso do dripper japonês, feito de cerâmica com relevos verticais laterais. 

“Houve um aumento significativo de competidores e um amadurecimento técnico que fortalece nossa cena de cafés especiais”, comemora Melissa Hsu, diretora da Origami Brasil, que destaca a proximidade do evento brasileiro com as competições internacionais – a primeira delas nasceu em 2019 na Indonésia, e hoje acontece em 14 países.

Neste ano, 36 baristas de vários estados vão disputar o título de melhor preparo no método japonês. Divididos em chaves de três competidores, eles têm cinco minutos para preparar e apresentar, no mínimo, 150 ml de café. O café escolhido para esta edição é de Luiz Paulo Pereira, da Fazenda Irmãs Pereira, em Carmo de Minas (MG), e a torrefação é a 15 Coffee Company, de Sorocaba (SP). 

Os participantes são avaliados tecnica e sensorialmente por júri técnico de Q-Graders e especialistas em cafés especiais, como Caio Alonso Fontes, CEO da Espresso&CO, Camila Arcanjo, coordenadora do Sindicafé-SP, Everton Tales, Coffee Hunter da 3corações, Bruno Megda, campeão brasileiro de Cup Tasters 2024 e Dionathan Almeida, campeão mundial de Cup Tasters 2024.

Além do troféu, os três primeiros lugares recebem prêmio em dinheiro (R$ 5 mil para o primeiro lugar, R$ 2 mil para o segundo e R$ 1 mil para o terceiro) e kit dos patrocinadores e apoiadores.

A 2ª edição da Origami Cup é patrocinada por Fazenda Guariroba, Bioma Café, Larulp, +Mu, Casa Bueno e Mundo Novo. Apoio de Nude, Peneira Alta Armazéns, Pasquali Máquinas, Kaleido, Fazenda Santo Amaro, FNA, Café das Letras e Table Comunicação. A Espresso é mídia oficial.

Serviço
2ª edição da Origami Cup
Quando: 12 de dezembro
Horário: 8h às 17h
Onde: Casa Osten – rua Henrique Schaumann, 170 – Pinheiros – São Paulo (SP)
Mais informações: www.instagram.com/origami_cupbr 

TEXTO Redação

Cafeteria & Afins

Luckin Coffee faz campanha dos cafés brasileiros em dezembro

Batizada de Brazil Season, a ação temática ilustra copos e inclui chaveiros e minicapivaras de pelúcia

Até o fim de dezembro, a rede de cafés chinesa Luckin Coffee terá estampada em seus copos de café a campanha Brazil Season. A ação faz parte da promoção dos grãos brasileiros comprados pela marca asiática. 

A rede de cafeterias tem mais de 30 mil unidades na China, e a ação temática foi mediada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), que pretende fortalecer a marca Brasil entre os chineses.

A estimativa é que sejam vendidos 400 milhões de copos de café. Além deles, a campanha inclui chaveiros e minicapivaras de pelúcia – animal popular no país asiático – com o logo da ApexBrasil para quem comprar o café brasileiro.

Em novembro, a Luckin Coffee comprometeu-se a comprar 240 mil toneladas do grão brasileiro entre 2025 e 2029 a um valor estimado de U$ 2,5 bilhões. Em maio de 2025, nova parceria do Brasil com a gigante chinesa incluiu a abertura de 34 lojas temáticas com identidade brasileira, para ampliar a visibilidade dos produtos nacionais no varejo chinês.

Entre janeiro e outubro deste ano, o Brasil exportou US$ 335,1 milhões de café não torrado para a China – mais de 50% do total vendido ao país em 2024. 

TEXTO Redação

Cafeteria & Afins

Juan Valdez estreia no país com loja em Ribeirão Preto (SP)

Com microlotes e linhas exclusivas, companhia colombiana de cafés quer abrir 100 lojas até 2028 no país 

A Juan Valdez, principal marca de café colombiano, inaugurou na quinta-feira (4), sua primeira loja no Brasil, no RibeirãoShopping, em Ribeirão Preto, no interior paulista. 

A chegada ao mercado brasileiro faz parte do plano global de expansão da empresa, que inclui México, Estados Unidos, Espanha e Oriente Médio. No Brasil, um dos focos de expansão é a capital paulista – a meta é chegar a mais de 100 lojas no Brasil até 2028 e alcançar 300 até 2032, por meio do modelo de franquias. Segundo a empresa que opera a marca Procafecol ao site ColombiaOne, isso permite à Juan Valdez competir com marcas tradicionais no mercado brasileiro.

Hoje em dia, a empresa tem mais de 650 lojas em vinte países, e cerca de 15 mil pontos de venda em 34 mercados. Os cafés comercializados são produzidos por mais de 550 mil famílias agricultoras na Colômbia. De acordo com a Procafecol, 2025 foi um ano de crescimento de 9% nas vendas, desempenho que sustenta a viabilidade e a força de sua expansão internacional.

Com forte tradição cafeeira, Ribeirão Preto é um ponto considerado estratégico pela companhia. A primeira loja física da marca no Brasil vende cafés coados e espressos de grãos 100% colombianos, além de bebidas geladas, e oferece linhas especiais da marca, como Mulheres Cafeicultoras, e microlotes, como o bourbon rosa e gesha. O cardápio de comidinhas é adaptado ao cliente brasileiro, com oferta de pão de queijo e broa de milho, mas não deixa de incluir itens tradicionais colombianos, como as arepas. 

TEXTO Redação

Cafezal

Conab eleva estimativa e prevê safra de 56,5 milhões de sacas de café em 2025

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou para cima a projeção da safra brasileira de café em 2025 e estima agora 56,5 milhões de sacas beneficiadas, alta de 4,3% frente a 2024. O avanço ocorre apesar da bienalidade negativa do arábica e de episódios de seca e calor que afetaram a florada e a granação em parte do cinturão produtor.

O aumento é sustentado pela forte recuperação do café conilon (canéfora), cuja produção deve alcançar 20,8 milhões de sacas, crescimento de 42,1% e produtividade média de 55,9 sc/ha. O desempenho é puxado por condições climáticas mais favoráveis e uso de irrigação.

No caso do arábica, a estimativa é de 35,8 milhões de sacas, retração de 9,7%, reflexo da bienalidade negativa e de um ciclo 2024/25 marcado por estiagens longas, floradas irregulares e grãos menores em importantes regiões mineiras e paulistas.

A área total plantada com café no país chega a 2,26 milhões de hectares, ligeira expansão de 0,9%, sendo 1,86 milhão ha em produção e 396,4 mil ha em formação. A produtividade média nacional sobe para 30,4 sc/ha, alta de 5,5% em relação ao ano anterior.

Entre os estados, a Conab destaca comportamentos contrastantes:

  • Minas Gerais, maior produtor do país, deve colher 25,8 milhões de sacas (-8,3%), impactado pela bienalidade e por déficit hídrico;
  • Espírito Santo sobe para 17,5 milhões de sacas (+25,8%), impulsionado pela explosão do conilon;
  • Bahia avança 44,6%, chegando a 4,4 milhões de sacas, com alta produtividade das novas lavouras em produção nas regiões do Atlântico do Cerrado Baiano;
  • São Paulo recua para 4,7 milhões de sacas (-12,9%), devido à bienalidade baixa e ao clima;
  • Rondônia cresce 10,8%, alcançando 2,32 milhões de sacas de robustas amazônicos.

No comércio exterior, a Conab registra que, de janeiro a outubro, o Brasil somou US$ 12,9 bilhões em exportações de café, superando o valor total exportado em 2024. O volume embarcado, porém, caiu para 34,2 milhões de sacas, reflexo da oferta interna mais restrita após o recorde de 2024. Mesmo com oscilações provocadas pelo tarifaço imposto e depois revogado pelos EUA, o país segue como principal destino do café brasileiro.

O boletim destaca ainda que estoques mundiais, no entanto, permanecem nos menores níveis em 25 anos — fator que mantém o mercado sensível a choques climáticos e pode sustentar preços firmes no curto prazo.

TEXTO Redação

Cafezal

Passando o bastão: histórias sobre sucessão familiar na cafeicultura

Reportagem traz histórias que ilustram a necessidade de pensar o processo sucessório da propriedade rural

*Na data de postagem (1/12), essa matéria estava entre as finalistas do 4º Prêmio de Jornalismo Cafés do Brasil do Conselho Nacional do Café (CNC)

Por Lívia Andrade

A sucessão familiar no agronegócio é um tema sensível – e na cafeicultura não é diferente. Nem sempre os filhos crescem acompanhando os pais na lida no campo, especialmente quando se mudam para estudar na cidade. Não por acaso, programas dedicados à sucessão no campo vêm ganhando força em diferentes estados brasileiros. Um exemplo é Herdeiros do Campo, que nasceu no Senar Paraná e hoje também é aplicado no Espírito Santo. Em São Paulo, o Senar desenvolve o Sucessão Familiar Rural e, em Minas Gerais, a Emater lançou este ano o Futuro no Campo, para capacitar jovens e fortalecer a permanência no meio rural.

Para retratar os caminhos – planejados ou não – dessa transição entre gerações, a Espresso ouviu cinco famílias que passaram (ou estão passando) pelo processo de sucessão na cafeicultura.

Há aquelas cujos pais optam, em vida, por repartir a propriedade entre os filhos. Há quem escolha estruturar os bens em holding e organizar as regras de governança a serem seguidas. E há quem só se veja diante da sucessão após a morte dos pais. As histórias a seguir ilustram diferentes formas de lidar com a transição, que é inevitável.

Família Lacerda

O vascaíno Onofre de Lacerda, 78 anos, começou a vida como meeiro, plantando milho, cebola, batata, feijão e criando algumas vacas. Depois de 12 anos, comprou o primeiro pedaço de terra no Caparaó, serra que liga o Espírito Santo a Minas Gerais e abriga o Pico da Bandeira. Assim, ele e a esposa, Maria, criaram oito filhos (cinco mulheres e três homens), que desde cedo ajudavam os pais na lavoura.

Onofre Lacerda (com a camisa do Vasco) e a família, que atualmente está envolvida com o universo cafeeiro

Em 1979, o patriarca deu início ao cultivo de café. “Naquela época, tinha pouco cafezal por aqui, a produtividade era baixa, 12 sacas por hectare”, conta Júlio Barros, extensionista rural da Emater-MG. Mas a instituição mineira iniciou um trabalho voltado ao aumento de produtividade na região. Superada essa etapa, o foco passou a ser a qualidade dos grãos e a organização de concursos.

A virada veio em 2010, quando os Lacerda venceram o 1º concurso da região. De lá para cá, não pararam mais. “Temos mais de 200 prêmios, entre municipais, regionais, estaduais, da Abic e também o Coffee of the Year”, diz Amanda Lacerda, tecnóloga em  cafeicultura e neta de Onofre.

Hoje em dia, sete filhos e três netos trabalham com café especial. Mas nem sempre foi assim. “Em 2000, a família estava quase 100% voltada ao café e veio a baixa dos preços. Nos anos seguintes, fizemos visitas com o Sebrae às Montanhas do Espírito Santo para ver como o pessoal estava driblando a crise”, lembra José Alexandre Lacerda, um dos filhos. “O pai sempre foi uma pessoa antenada e acreditou que daria certo produzir o café especial. Hoje colhemos os resultados”. Além disso, Onofre Lacerda seguiu à risca as orientações da Emater-MG – uma parceria que, segundo a família, o fez sentir-se valorizado como produtor rural.

No início, os filhos não acreditaram. “No primeiro concurso regional da Emater, o pai mandou três amostras e nos convidou para a festa de premiação, mas era período de colheita e não fomos. Achávamos difícil ganhar, eram 400 amostras de mais de 20 municípios”, lembra Zé Alexandre.

À tarde, Onofre e Maria chegaram com a notícia de que tinham ganhado os dois primeiros lugares na categoria descascado e o primeiro na categoria natural. “Então, nosso café é bom!”, comemorou o filho, quando foi advertido. “Pode ter sido acidente, temos que trabalhar para repetir o resultado”, disse Onofre.

Família Lacerda

A guinada da família aconteceu em 2012, com a conquista do 1º lugar no Concurso de Qualidade de Café de Minas Gerais. “Estávamos ganhando concursos desde 2010, mas não tínhamos vendido café com valor agregado. Naquele ano, o café custava R$ 380 a saca e vendemos nove sacas a R$ 1 mil e uma saca a R$ 2,5 mil”, conta Zé Alexandre. O mesmo lote foi vencedor do 9o Concurso da Abic, vendido a R$ 3 mil a saca.

Mesmo em meio às conquistas da família, Onofre mantinha os herdeiros com os pés no chão. “Quem está no topo tende a cair. Temos que trabalhar para não ficar para trás”, repetia o patriarca, que comandou os cafezais até 2020. Naquele ano, decidiu formalizar a sucessão: repartiu os 49 hectares entre os filhos, com tudo registrado em cartório, como manda a lei.

Hoje, cada herdeiro cuida de seu próprio pedaço, mas todos se ajudam na colheita – e os netos de Onofre refinam o trabalho na ponta final. João Vitor, filho de Zé Alexandre, tornou-se Q-Grader e avalia os microlotes da família. Ele e as primas criaram uma marca de café e participam de eventos como o São Paulo Coffee Festival, vendendo diretamente ao consumidor. A família também mantém duas cafeterias no Caparaó e, com apoio do Sebrae, passou a oferecer turismo de experiência, recebendo visitantes para vivenciar a colheita. Onofre continua por perto, espalhando sabedoria – e o amor pelo café e pelo Vasco da Gama. Segundo a esposa, ele só tira a camisa do time para dormir.

Família Ramos

Do plantão ao plantio. Este é o lema da enfermeira e, agora, produtora rural Érika Fernanda Ramos, 46 anos. Em 2022, a primogênita de José Francisco, o Ica, e Neiva Noemi viu sua vida virar de ponta-cabeça. Com especialização em UTI, nefrologia, auditoria e gestão, Érika vivia uma nova fase profissional como gerente de nutrição clínica da empresa do irmão, no Pará.

Como de costume, foi passar as férias na casa dos pais, no Sítio Três Barras, em Campos Gerais (MG). Lá, percebeu que a pressão de Ica – hipertenso até então controlado – estava alta. Adiou a volta para casa e levou o pai ao cardiologista, que o encaminhou imediatamente para exames. Mas, sem um diagnóstico definido, Ica começou a perder peso, sentir dores e entrou em depressão. Érika insistia com os médicos, que respondiam: “Já fizemos todos os exames de rastreamento. Não há tratamento. Vamos encaminhá-lo para cuidados paliativos, para controle da dor”. Em 90 dias, Ica faleceu, ao lado da esposa e da filha primogênita. Seus outros filhos, Everaldo e Marcela, que moravam no Pará, não chegaram a tempo de se despedir.

Érika e sua mãe, Neiva, que hoje trocam conhecimento sobre gestão do sítio

Após o sepultamento do pai, Érika voltou para a roça e, ao lado da mãe, parou diante do terreiro. O café, com a chuva, tinha mofado. “Não sabia o que fazer, se lavava, se colocava no secador, se espalhava assim mesmo”, lembra ela, que aos seis anos partiu para a cidade estudar e morar com a avó. “Terminamos a safra de 2022 aos trancos e barrancos”.

A enfermeira permaneceu em Campos Gerais, apagando um incêndio atrás do outro. O funcionário do pai pediu demissão. A mãe, ainda em choque, tentava reunir forças para assumir as finanças da família – tarefa difícil, já que o marido era um homem à moda antiga: não usava planilhas, guardava na cabeça todos os custos, gastos e lucros. Por dentro, Érika estava desesperada, mas se manteve firme para transmitir segurança à matriarca. Foi então que estacionou o carro do pai na Cooxupé, cooperativa da qual ele era associado. “Cheguei dirigindo o carro dele e o pessoal veio me abraçar e dizer: ‘Érika, a cooperativa é uma família. Sinta-se em casa, estamos aqui para ajudá-la’”.

O acolhimento ajudou-a a se reerguer. Dois meses depois da morte do pai, contratou um agrônomo. “Abri o jogo com ele: vamos começar do zero, nosso único histórico são os dados da cooperativa e o conhecimento da minha mãe”, relembra. “Percorremos os cafezais para contar os pés, ver a situação da lavoura”.

Com os bens ainda bloqueados, a família entregou o café à cooperativa e fez compras em nome da mãe, também cooperada. Inventário acertado, a família abriu a Agroramos, uma empresa com as cotas de Érika e de Everaldo. “Minha irmã arrendou a parte dela e me tornei a gestora”, diz Érika.

Não foi fácil. A enfermeira enfrentou julgamentos, mas se agarrou ao apoio de quem lhe estendeu a mão. Aos poucos, foi se inteirando da situação da propriedade e organizando tudo em planilhas, para facilitar a gestão. O empenho logo chamou a atenção na Cooxupé: “Lá vem a filha do Ica. Ela é igual a ele – pergunta tudo, faz contas, é o Ica estudado”, diziam os funcionários, em tom de carinho e admiração.

Seu comprometimento rendeu-lhe um convite para representar a unidade de Campos Gerais no Encontro de Mulheres Cooperativistas, realizado em Florianópolis em 2024. Lá, ouviu uma frase que a marcou: “Herdeiro recebe a herança e faz o que quiser com ela. Sucessor arregaça as mangas e dá continuidade ao legado.” Foi o empurrão que faltava. Desde então, Érika se dedica a honrar a tradição da família, já na quarta geração de produtores rurais.

Aos 134 mil pés de café do sítio de 39 hectares, somou mais 60 mil pés. A expectativa era colher 450 sacas este ano, mas a seca derrubou a produção para 200 sacas. “Ano que vem temos a possibilidade de chegar a 1,8 mil sacas”, anima-se. “Embora não fosse minha vocação, me entreguei de boa vontade para aprender e honrar os calos que meus pais criaram nas mãos para me educar”, finaliza.

Família Croce

Inspirar e empoderar é o propósito da Fazenda Ambiental Fortaleza (FAF). A empresa familiar, que cultiva café em sistema agroflorestal, orgânico e regenerativo, criou a FAF Coffees – seu braço de exportação – com uma rede de 450 produtores parceiros, colaboradores e clientes que acreditam ser possível transformar o mundo por meio do café. A história começou em 2001, quando Silvia Barreto herdou a propriedade em Mococa (SP). Na época, ela, o marido, Marcos Croce, e os filhos Daniel, Felipe e Rita viviam nos Estados Unidos.

Silvia Barreto e Marcos Croce

Adepta da alimentação orgânica desde os anos 1980, Silvia converteu a fazenda para o sistema, priorizando a saúde do solo e a produção de alimentos saudáveis, mesmo com a queda inicial na produtividade. Em 2004, Marcos Croce, que trabalhava com comércio exterior, viu potencial para cafés orgânicos no mercado norte-americano e começou a vender para torrefações de cafés especiais, com a ajuda de Felipe na conquista de clientes. O movimento chamou atenção dos vizinhos, que pediram a Marcos para exportar seus cafés.

Enquanto isso, os herdeiros estudavam nos EUA. Felipe cursava empreendedorismo com um professor que tinha uma torrefação de cafés especiais. Empolgado, contou que a família cultivava café, mas ouviu: “Brasil não me interessa, é café barato, usado para saborização”. O choque, no entanto, lhe rendeu um trabalho na torrefação, onde provava café toda semana.

Com a crise financeira de 2007/2008 e o aumento dos custos no Brasil, o negócio da família enfrentava dificuldades. “A fazenda entrou na minha vida de forma caótica. Tranquei a faculdade e fui morar lá em 2009 para ajudar”, conta Felipe. “Meus pais eram do meio ambiente, do orgânico, mas o café bebia inconsistente”.

Nos primeiros anos na fazenda, Felipe focou em qualidade, seguindo a tendência que via nos EUA: pessoas comprando alimentos no mercado e café em torrefações especiais. Enquanto isso, Marcos levava clientes da Suécia, Noruega e EUA para conhecer a FAF. “Meu pai tem a incrível capacidade de unir pessoas e vender um sonho”, diz Felipe.

Jovem, ele achava difícil viver no interior. Mudou-se para São Paulo e passou a dividir o ano entre Brasil e exterior. Formou-se em Portugal, trabalhou na Noruega, Suécia e Austrália, sempre buscando abrir mercado para o café. “O Brasil era esnobado pelos geeks, e os tradicionais impunham um limite de preço”, lembra. A solução foi buscar novos entrantes no setor, sem dogmas. “90% dos nossos clientes começaram em 2010. Crescemos juntos, vendendo sustentabilidade na vertical da qualidade e na horizontal do manejo.”

Para Felipe Croce, é um luxo trabalhar com os pais, pessoas em quem confia

A FAF, que começou exportando café de alguns vizinhos, hoje comercializa a produção de 450 famílias em diferentes estágios de sustentabilidade. Conta com agrônomos convencionais e regenerativos. “O caminho do meio sempre é melhor”, diz Felipe. Eles atuam nas comunidades, implantando unidades de referência como modelo para outros produtores.

Ao longo do percurso, porém, Felipe, único filho com vocação para produtor, pensou em desistir muitas vezes. Ficou até 2013, quando a mãe assumiu o comando. Só retornou em 2018, quando, para evitar desgastes, a fazenda foi dividida em setores. “Hoje, arrendo a parte da fazenda que produz café e tenho minha equipe e maquinários”, diz.

Silvia toca outras produções, como leite, mel, banana e outras frutas que, processados, são oferecidos na hospedaria da fazenda. “Minha mãe quer proporcionar para as pessoas um pouco de sua vivência de infância, saudável, cercada de natureza”, explica.

Nos últimos anos, os Croce iniciaram o processo de sucessão. Felipe passou a cuidar das finanças, das parcerias com produtores e dos contratos. “Estou refinando os processos para ter uma estrutura mais organizada”, diz. Sócio do pai na FAF Coffees, valoriza a presença ativa do patriarca. “Talvez mais do que ele gostaria, mas enfrentamos geadas, secas… e meu pai é ótimo em transmitir essência para as pessoas.”

Com o tempo, Felipe passou a admirar ainda mais os pais. “Filhos querem inovar, pais têm o pé no chão. O equilíbrio está no meio”, diz. “Trabalhar com a família é difícil, a comunicação pode ser complicada, mas é um luxo ter ao lado pessoas em quem se pode confiar.”

Família Germano

Neto de italianos, filho de mineiro e paulista, Antônio Germano da Silva, 58, nasceu no Paraná vendo a família formar cafezais. Em 1984, migraram para o Acre e tentaram plantar café, sem sucesso. Silva montou uma empresa e trabalhou anos na cidade, até ver o casamento e a família ruírem. Lembrou então do conselho do pai sobre a importância de se trabalhar em família.

Casou-se de novo e, em 2009, voltou à propriedade rural em Brasiléia (AC). Tirou o capim, reflorestou 30 hectares, plantou 2 mil castanheiras, árvores medicinais e café conilon, que não se adaptou bem. A retomada da família com o café veio em 2022, ao ver uma propaganda sobre o robusta amazônico e decidir apostar.

Para Antônio Germano, trabalhar junto com os familiares e em harmonia com a natureza é o segredo para uma vida próspera

Hoje, ele, a esposa, Elizângela, e os seis filhos cultivam 20 hectares de café em sistema agroflorestal, consorciado com plantas medicinais como mariri e chacrona – ambas a base do chá ayahuasca, que a família doa a comunidades terapêuticas por seu valor espiritual e medicinal. “Não podemos vender mistérios da natureza”, diz Silva, fundador da Sociedade União do Vegetal Núcleo Cristo Rei, de inspiração cristã e foco em autoconhecimento e educação ambiental.

Nos últimos três anos, passaram a plantar clones de robusta amazônico e hoje somam 60 mil pés. “Este ano, colhemos 25 mil plantas e estimamos 350 sacas beneficiadas”, diz. Os filhos atuam em todas as etapas da produção. “É uma família unida, comprometida e cheia de potencial”, afirma Michelma Neves de Lima, da Seagri (Secretaria de Estado da Agricultura).

Atualmente, todos os filhos moram e trabalham na propriedade, até os casados, com casa e pedaço de terra próprios. Cada um cuida de uma área, mas todos se ajudam no manejo e contratam reforço quando preciso – todo o processo é manual e a secagem, feita no terreiro.

Em 2024, a família entrou no universo dos cafés especiais, participando de cursos da Emater e capacitações da Seagri com a Embrapa. Desde então, conta Michelma, têm se destacado em concursos como o QualiCafé e o Florada Premiada da 3corações.

Para o patriarca, o segredo é ensinar o valor do esforço. “Se o filho recebe o bem sem aprender a dar valor, o ditado ‘pai nobre, filho rico e neto pobre’ vira realidade”, diz. No sistema da família Silva, todos dividem os ganhos e ainda fazem renda extra produzindo clones de café para outros produtores.

Silva também plantou 2 mil castanheiras, uma espécie de poupança para o futuro. “Quando começarem a produzir, meu filho mais novo ainda terá 20 anos. É uma segurança, porque o clima está mudando”, diz, lembrando que a lata é vendida a cerca de R$ 250 e algumas árvores chegam a render 15 latas. Assim, trabalhando com os filhos na agricultura familiar, ele vive o presente enquanto planta as sementes do amanhã.

Família Baracat Sanchez

Evandro Sanchez, filho de usineiro de Catanduva (SP), depois de suceder o pai nos negócios de açúcar e etanol, expandiu seus ganhos com o café na Fazenda Dois Irmãos, no Cerrado Mineiro, hoje com 300 hectares. Desde cedo, incutiu nos cinco filhos o gosto pela terra. Maria Gabriela Baracat Sanchez, a terceira filha, herdou esse apreço. “Nas férias, ele nos levava para andar pelas fazendas”, conta. Não à toa, cursou agronomia em Viçosa e, durante uma greve na universidade, levou as amigas para trabalhar no café.

Gabriela herdou do pai, Evandro, a paixão pelos cafezais e hoje é a gestora da Fazenda Dois Irmãos, no Cerrado Mineiro

Percebendo seu entusiasmo, o pai ensinou-lhe como funcionava a fazenda tão logo ela se formou. “A gente sai da faculdade com muita teoria e pouca prática”, destaca. Em 2001, apresentou-a aos fornecedores como gestora da Dois Irmãos. Desde então, fez pós-graduação em matemática aplicada, mestrado em produção vegetal e aperfeiçoou-se na gestão da propriedade. “Hoje, a fazenda é uma empresa”, orgulha-se Gabriela, que também se tornou Q-Grader, ensinou seus funcionários a provarem cafés e direcionou o negócio para a produção de especiais. “O comprador pode vir aqui todos os anos que vai comprar um café tão bom ou melhor do que o anterior, porque temos controle, processos”, explica.

Há cinco anos, Evandro começou o processo sucessório. Chamou advogado, solicitou levantamento patrimonial e reuniu os herdeiros. “Dessas reuniões só participavam os filhos. Meu pai nunca permitiu a interferência dos cônjuges”, detalha ela.

Após muitas conversas, os irmãos organizaram os bens em holdings, das quais são sócios-herdeiros. “A ideia é que, no evento sucessório, a produção continue com a holding, não mais em nome de pessoas físicas”, explica o advogado Fernando Castellani, especialista em sucessão. “O dono da fazenda original pode manter 100% das cotas em vida e transferi-las depois, ou ainda repassá-las antes de morrer.”

Segundo Castellani, a estrutura de holding patrimonial ou de empresas operacionais ajuda a disciplinar o processo sucessório, trazendo tranquilidade, previsibilidade e regulação de conflitos. Foi exatamente o que Evandro fez: organizou os bens da família em várias holdings. “Tem a holding da parte da terra, a holding da parte industrial, cada setor é uma holding”, explica Gabriela. “Meu pai escolheu esse caminho para preservar não só o patrimônio, mas, o mais importante, a união dos irmãos”, acrescenta.

Gabriela conta que organizar uma holding é um gasto gigantesco – mas menor do que seria uma divisão por herança. Inclusive, a família correu para finalizar o processo ainda este ano, temendo a reforma tributária, que deve aumentar o imposto de sucessão. “Outra vantagem dessa estruturação é direcionar as cotas para os filhos por intermédio de um instrumento societário, chamado acordo de sócios, que estabelece as regras de governança: qual filho manda, quais assuntos são decididos por maioria, quais dependem da opinião de um terceiro, como se age em caso de conflito, como funciona para tomar dívida, pagar, vender, decisões estratégicas”, explica o advogado.

Tudo isso resguarda o patrimônio da família. “Se algum irmão quiser vender, não pode ofertar a terceiros, tem que vender para os sócios e esperar, no mínimo, um ano para o pagamento”, diz Gabriela. Outra trava é que, em caso de morte de um dos sócios, os herdeiros terão direito aos dividendos, não à gestão.

“Me sinto aliviada por estarmos nesse caminho”, conta. “Meu pai sempre ensinou o prazer do trabalho, de cuidar e preservar o patrimônio. E, mais do que isso, o sonho dele é que a gente possa aumentá-lo”, conclui.

Texto originalmente publicado na edição #89 (setembro, outubro e novembro de 2025) da Revista Espresso. Para saber como assinar, clique aqui.

TEXTO Lívia Andrade • FOTO Divulgação

Cafeteria & Afins

Brim – São Paulo (SP)

Quase no cruzamento entre as famosas avenidas Ipiranga e São Luís está o Brim – um café e bar, como os donos da casa denominam o lugar. Repaginado no primeiro semestre do ano, o espaço, com uma fachada de vidro na frente, parece discreto à primeira vista, mas surpreende da porta para dentro. 

A casa é ampla e dividida em dois ambientes, ligados por um grande balcão. O ambiente logo na entrada tem ar contemporâneo, com sofás, poltronas e mobília modernos. Já as mesas estão dispostas no espaço mais ao fundo, decorado com plantas, paredes de cimento queimado e detalhes em estilo industrial. A música de fundo é baixa, o que permite uma boa conversa entre os visitantes.

Fomos atendidos pelo Felipe, que nos explicou a rotatividade dos grãos da casa. Segundo ele, o Brim tem de 5 a 6 opções, com diferentes perfis sensoriais, mas apenas um é escolhido pelo barista para ser o café do dia. Em nossa visita, o grão da vez era um catuaí vermelho cultivado na Mantiqueira de Minas e torrado pela torrefação paulistana Garagem do Café. Aumentar a escolha para 2 ou 3 grãos por dia, porém, daria ao cliente mais poder de escolha. 

Além do espresso, a cafeteria serve café em mais quatro métodos: v60, switch, aeropress e clever. Escolhemos um espresso duplo e um café na aeropress. Em ambas as xícaras a bebida apresentou corpo leve, sabor de chocolate e caramelo, acidez levemente cítrica e retrogosto limpo. Um café doce para qualquer hora do dia.

Como a casa funciona de manhã até o fim da tarde, o cardápio de comidas é variado, de pão de queijo a lanches, pratos e saladas. Para acompanhar os cafés, pedimos um sanduíche eggdrop (brioche, ovo mexido cremoso com queijo, bacon e molho especial da casa) e um tostex QXC (brioche na chapa e queijo derretido com cebola caramelizada). Os pedidos, bem servidos, chegaram rapidamente à mesa, com sabores que combinavam entre si e uma boa apresentação.

O clássico tiramisú, um dos destaques do menu do Brim, e minitorta de limão fecharam a refeição. O tiramisú estava equilibrado – sem doçura demais e com discreta presença de café. Uma boa sugestão, mas que não surpreende pelo sabor. Já a tortinha de limão tinha sabor marcante, com a doçura do merengue equilibrada pela acidez do limão sobre uma base de brownie de chocolate. 

Sanduíche eggdrop à esquerda e tostex de cebola caramelizada à direita

Com um ambiente agradável para colocar o papo em dia, o Brim é um estabelecimento que vale conhecer em qualquer dia e hora – além dos cafés, tem uma carta de drinques clássicos e autorais. Nossa experiência foi positiva e saborosa, e já pensamos em voltar para experimentar coisas novas.

Nossa conta: R$ 168,37 (com taxa de serviço)
Espresso duplo – R$ 15
Aeropress – R$ 20
Sanduíche eggdrop – R$ 36
Tostex QXC – R$ 26
Tiramisù – R$ 34
Minitorta de limão – R$ 18

A equipe da Espresso visitou a casa anonimamente e pagou a conta.

Informações sobre a Cafeteria

Endereço Avenida São Luís, 84
Bairro República
Cidade São Paulo
Estado São Paulo
País Brasil
Website http://www.instagram.com/brim_sp
Horário de Atendimento Todos os dias, das 9h às 18h
TEXTO Equipe Espresso • FOTO Equipe Espresso

Mercado

AeroPress lança moedor manual compacto ideal para viagens

Reconhecida mundialmente pelo método de preparo que leva seu nome, a AeroPress acaba de ampliar o portfólio com o lançamento de um moedor manual slim, feito de metal. Com 580 g, o Manual Grinder foi projetado para se encaixar no êmbolo da AeroPress, o que torna o transporte mais prático e permite moer café em qualquer lugar.

Equipado com lâminas cônicas de 38 mm revestidas de titânio, o moedor traz rolamentos ao redor do eixo, o que garante giro suave e alinhamento preciso. Segundo a fabricante, o equipamento oferece mais de 60 níveis de moagem e comporta até 25 g de café. No design, o modelo traz ranhuras externas que facilitam a pegada e ímãs laterais que mantêm a manivela presa ao corpo quando não está em uso.

É o primeiro produto da AeroPress com distribuição global simultânea. O Manual Grinder está disponível no site oficial desde 4 de novembro por US$ 199,95.

Todos os modelos da AeroPress acomodam o moedor dentro do êmbolo – com exceção da versão Premium, de vidro, menos indicada para viagens e equipada com um êmbolo metálico ligeiramente mais estreito.

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

CafezalMercado

Parlamento Europeu adia em um ano aplicação da Lei Antidesmatamento

Emenda retira obrigatoriedade de due diligence para operadores que vendem o produto após a entrada no mercado europeu

O Parlamento Europeu aprovou nesta quarta (26) o adiamento da aplicação da lei antidesmatamento para 30 de dezembro de 2026. O adiamento é uma das diversas emendas que simplificam a EUDR. Para micro e pequenas empresas, a prorrogação segue até junho de 2027.

Segundo comunicado divulgado para a imprensa pelo Parlamento, o prazo adicional busca “garantir uma transição tranquila” e permitir a implementação de medidas para reforçar o sistema de TI (criado pela União Europeia para implementação da lei e utilizado por operadores, comerciantes e representantes para emissão das declarações eletrônicas de diligência).

Além do adiamento, uma das emendas votadas estabelece que a responsabilidade de apresentar a declaração de due diligence recai sobre empresas que colocam o produto no mercado europeu pela primeira vez, retirando essa obrigatoriedade dos operadores que comercializam os produtos posteriormente. Também alivia as exigências para micro e pequenos produtores, que passam a entregar apenas uma declaração simplificada.

O texto foi aprovado por 402 votos a favor, 250 votos contra e 8 abstenções. A negociação segue agora para os representantes dos Estados-Membros no Conselho Europeu, e a versão final deve ser aprovada pelo Parlamento e pelo Conselho e publicada antes do final deste ano para que entre em vigor.

TEXTO Redação
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